"E, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos Céus." (Mateus 10.7)

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

SONHO

por Rodrigo de Lima Ferreira

Sonhei certo dia que estava entrando em uma igreja. A entrada dela era um portão grande, feito de carvalho, bem antigo. Suas paredes eram sólidas. Bem sólidas, grossas, feitas de pedra. Pareciam paredes de castelo medieval de tão fortes, sólidas e seguras. Mas essa igreja, que mais se parecia uma catedral de tão grande, era um lugar insalubre, pois não havia espaço para a entrada de luz. Não tinha iluminação interior, nem de velas. Apenas um púlpito feito para caber só um modelo de Bíblia, juntamente com um hinário devidamente autorizado. Os bancos eram de madeira, com direito a porta-copos de ceia e genuflexório acolchoado, para não machucar os joelhos. Ao chegar perto das paredes, vi que, em cada uma das pedras, havia algo escrito. Umas diziam “única visão teológica correta”, outras diziam “estatutos e regulamentos”, e em outras ainda estava escrito “quem não é por nós, é contra nós”. No sonho, ao começar o culto, vi que a plateia era formada apenas de manequins, desses de vitrines de lojas de roupas. Vi que o pastor também era um manequim, com exceção dos olhos, estes humanos, mas que choravam muito. Em momento nenhum vi Jesus naquele lugar. Quis sair logo daquele ambiente claustrofóbico e agonizante.

No sonho, fui a outra igreja. Era muito diferente da primeira. Também era muito grande, mas havia apenas uns panos furados servindo como paredes. Não havia portas, então qualquer um podia entrar e sair. Em vez de bancos, almofadas no chão. Não havia púlpito, já que não tinha Bíblia nem hinário. Era um ambiente de festa o tempo todo. Algo muito cansativo, por fim. Notei que nos panos também havia coisas escritas. Ao chegar perto, li “honra ao nosso líder e a Deus, que foi esperto em colocá-lo entre nós”, “somos livres dentro daquilo que a liderança afirma ser seguro”, “quem não é por nós, é contra nós”. O engraçado é que esta última frase fora encontrada na igreja anterior. Ao começar a concentração (há muito o termo “culto” saiu de moda nessa igreja), vi que a plateia também era formada de bonecos. Mas não eram manequins de vitrine, e sim aqueles bonecões de posto de gasolina, que ficam agitando os braços o tempo todo. O pastor também era um bonecão de posto, mas tinha olhos humanos e que estavam chorando. Da mesma forma, não vi Jesus por ali. Saí correndo.

Entrei numa terceira igreja. Suas paredes eram sólidas como a primeira, mas havia grandes e abundantes janelas, que permitiam a entrada da luz. Suas paredes protegiam o povo, mas não os sufocava como na primeira. Em vez de bancos de madeira, havia almofadas no chão como na segunda igreja. Isso permitia um ambiente mais informal, mas não de eterna festa irresponsável, como visto anteriormente. Vi que havia frases escritas nas paredes. Mas eram bem discretas, e todas diziam o seguinte: “retorno ao Evangelho simples do Deus simples”. Na hora em que começou o culto, vi que a plateia era formada de gente. Mas alguns ainda tinham partes de manequim. Outros, partes de bonecão de posto. O próprio pastor tinha partes de bonecão e de manequim. Mas ali ele não chorava. Pelo contrário, vi em seu rosto um misto de alegria e alívio. Além disso, vi naquela terceira igreja algo maravilhoso: Jesus estava ali, cuidando daquelas pessoas, retirando cuidadosamente as partes de manequim e de bonecão de posto, trocando por partes saudáveis de gente.

Logo acordei. Não acreditava direito no que tinha sonhado. Corri para a internet procurando alguma pista sobre a realidade deste meu sonho. Logo me deparei com notícias de um bonecão de posto amealhando muito dinheiro para “evangelizar” e de um manequim lançando um projeto semelhante. Então vi que meu sonho não era apenas uma descarga dos meus neurônios. Foi um aviso. Jesus está vendo o estado da igreja brasileira e logo restaurará a sanidade de seu povo, deixando para trás os bonecões, os manequins, suas estruturas e festas perenes. Pude, enfim, voltar a dormir tranquilo.


• Texto extraído da Revista Ultimato de 12/08/10 (http://www.ultimato.com.br/)
Rodrigo de Lima Ferreira, casado, duas filhas, é pastor da Igreja Presbiteriana Independente do Brasil desde 1997. Graduado em teologia e mestre em missões urbanas pela FTSA, hoje pastoreia a IPI de Rolim de Moura, RO. É autor de "Princípios Esquecidos" (Editora AGBooks).



terça-feira, 17 de agosto de 2010

O mundo em volta do meu umbigo!

      Todos entendemos que, enquanto Igreja (pessoas que fazem parte do Corpo de Cristo!!!), devemos caminhar em prol do Reino - na direção dele, por ele e para ele... - mas, como saber se a trilha que estamos seguindo nos levará a cumprir nosso propósito de Igreja??

      Já reparou como a maior parte das canções que cantamos nos cultos, as pregações que ouvimos, e tudo mais o que nos cerca coloca em evidência um Deus bondoso, caridoso, maravilhoso, de misericóridia, paz, amor e perdão que nos serve, por sermos seres humanos que sempre estão fracos, oprimidos, abatidos, cansados, pecadores que vivem em eterno lamento!?!?
      Deus é tudo isso mesmo, não há como negar!!! Porém, se repararmos bem, o foco de nossa adoração não está voltado para o que Ele é, mas sim, para o que Ele é capaz de fazer por nós... O que isso quer dizer? Quer dizer que nossa adoração tem como centro nós mesmos!
      Esse nosso estado de eterna angústia mostra não só um momento de fraqueza, mas um egoísmo... mostra todo nosso egocentrismo...
      Enquanto olho só para minha fragilidade, não enxergo meu próximo. Na minha fraqueza, só enxergo meu umbigo e esqueço como é que se trabalha para o Reino.
      Quando entendermos que o Reino está em cuidar dos órfãos, dos oprimidos e das viúvas ("Aprendei a fazer bem; procurai o que é justo; ajudai o oprimido; fazei justiça ao órfão; tratai da causa das viúvas." Isaías 1:17), entenderemos que o Reino é muito maior do que nós mesmos! Dessa forma, poderemos compartilhar lutas e vitórias, e encontraremos aí a motivação da verdadeira adoração que não tem foco no meu eu! Essa motivação que nos levará a persistir na caminhada em obediência ao chamado do Pai...
      Como Igreja, é necessário entender que nosso trabalho deve ser em favor das causas, e não de instituições!
      Devemos orar pelas causas! A Igreja de Atos nos dá exemplos de união, ensino-aprendizado e oração! ("Eles se dedicavam ao ensino dos apóstolos e à comunhão, ao partir do pão e às orações." - Atos 2:42; "A mão do Senhor estava com eles, e muitos creram e se converteram ao Senhor." - Atos 11:21). Devemos seguir o exemplo deixado por eles!
      Dessa forma a Igreja (NÓS!) conseguirá mostrar ao mundo que é uma instituição disposta a lutar contra a injustiça, e assim, apresentar o amor de Deus pela humanidade: amando-a!
      Estaremos em uma caminhada em prol do Reino quando formos cristãos comprometidos, verdadeiramente, com o evangelho na luta em favor dos mais vulneráveis e no testemunho da UNIDADE CRISTÃ.

"Da multidão dos que creram, uma era a mente e um o coração. Ninguém considerava unicamente sua coisa alguma que possuísse, mas compartilhavam tudo o que tinham." (Atos 4:32)

sábado, 7 de agosto de 2010

Ela disse sim!

Encontrei essa história na internet... sei que a história é verdadeira, apesar de ninguém saber ao certo como os fatos se desenrolaram. Mesmo com fatos incertos, vou descrever à vocês a vida de duas adolescentes que, há anos, tem sido inspiração pra mim. O nome delas? Rachel Scott e Cassie Bernall. A história? O Massacre de Columbine.

      O massacre de Columbine aconteceu em 20 de abril de 1999 no Condado de Jefferson, Colorado, Estados Unidos, no Instituto Columbine, onde os estudantes Eric Harris (apelido ReB), de 18 anos, e Dylan Klebold (apelido VoDkA), de 17 anos, atiraram em vários colegas e professores.
       Até essa data, o Instituto Columbine era um dos colégios mais seguros dos EUA.
      Harris e Klebold, ótimos alunos de boas famílias, não eram populares na escola. Preferiam os computadores às quadras de esporte. Encontraram sua turma num grupo, a Máfia da Capa Preta. Ridicularizados pelos atletas, remoíam planos de vingança e extravasavam seu ódio na Internet. Harris, principal cabeça por trás do ataque, tinha uma website, agora desativada, no qual colecionava suásticas e sinistros slogans neonazistas e até dava receitas para a confecção de bombas. Em seu auto-retrato, escreveu: "Mato aqueles de quem não gosto, jogo fora o que não quero e destruo o que odeio". Já Klebold dizia que seu número pessoal era "420", possivelmente uma referência à data de nascimento de Hitler, 20 de abril.  -  data escolhida para o massacre. (interessante ver que o refencial desses caras era o Hittler! É... ser boa referência é mesmo importante! Mas isso, fica pro próximo artigo do blog!)
      Não eram garotos comuns que apenas queriam ser famosos. Eles simplesmente 'não eram garotos comuns'. Eram garotos com problemas psicológicos sérios."
      Em seu diario Haris mostrava toda a sua revolta e seu desejo de ser Deus, enquanto Klebold mostrava grande depressão. Harris escreveu certa vez: "Eu me sinto como Deus e gostaria que fosse, para que todos estivessem OFICIALMENTE abaixo de mim", enquanto Klebold escreveu "Eu sou um deus, um deus da tristeza".
      Harris e Klebold deixaram uma nota, encontrada perto dos corpos: "Não culpem mais ninguém por nossos atos. É assim que queremos partir"

Mais informações sobre esse dia, é só digitar no google e você terá milhares de sites com as informações, inclusive, no youtube, vídeos das câmeras de segurança do colégio no momento do massacre...
As meninas de quem eu quero falar, foram vítimas desse massacre...

Rachel Joy Scott (5 de Agosto de 1981 - Littleton, 20 de Abril de 1999) foi a primeira vítima. Ela foi baleada enquanto almoçava com seu amigo, Richard Castaldo, em um gramado perto da entrada oeste da escola. Ela foi morta por tiros na cabeça, tórax, braço, e perna. As primeiras noticias disseram que um dos atiradores depois de ter atirado na perna de Rachel, perguntou: "Você ainda acredita em Deus?" ela simplesmente respondeu "Você sabe que eu acredito".

A história se repetiu com Cassie René Bernall (6 de Novembro de 1981 - Littleton, 20 de Abril de 1999).
Ela estava na biblioteca. Várias pessoas ja tinham sido baleadas perto dela quando um dos atiradores,  perguntou a Bernall se ela acreditava em Deus. Ela havia visto os amigos serem baleados! Ela sabia que a vida dela dependia dessa resposta... não tenho dúvidas de que ela teve medo! Mas, ela foi assassinada com um tiro na cabeça, porque resolveu responder "sim".

      Sua dúvida agora deve ser sobre o porque de eu gostar tanto de uma história tão trágica, não é?
      É que foi com essa história que eu entendi que pra ser cristão, é preciso ser corajoso...
      Se eu tivesse algum poder de influência, colocaria o nome dessas garotas nos livros que relatam os "Heróis da Fé", que encontramos na Bíblia.
      A semelhança entre as histórias? Não tiveram medo! Morreram pelo chamado! Morreram por amor a Cristo!
      Sinceramente, não sei se eu teria toda essa coragem... As vezes, por medo, tenho a certeza que responderia "não", pra tentar salvar minha vida... As vezes tenho a plena certeza de que minha resposta, como a delas, seria um "sim", que me faria correr para os braços do Pai!
       História como a dessas garotas... histórias como as dos discípulos, que se sentiam honrados em sofrer por amor a Cristo me inspiram! Me dão forças e ânimo novo para prosseguir nessa caminhada de fé. Me dão certeza do SIM!

"Retiraram-se, pois, da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus."(Atos 5.41) - parece loucura né?

Esse é o clipe de uma canção do Michael W. Smith, em homenagem a Cassie Bernall, com um depoimento dela no início... vale a pena assistir! http://www.youtube.com/watch?v=gGL7UrJz078&feature=fvst

Eu quero muito responder "sim"!
Eu tenho um chamado, e se for preciso, morrerei por ele, para viver por Cristo!